Recanto de Alberto Valença Lima
A mente que se abre a uma nova idéia, jamais voltará ao seu tamanho original. (Albert Einstein)
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O QUE É UMA CIRANDA?

Segundo o Aurélio, a palavra ciranda tem origem controvertida. Ele dá três significados para ela: 1. peneira grossa com que se joeiram grãos de areia, 2. dança de roda infantil de origem portuguesa: cirandinha, e 3. dança de roda adulta (brasileira) com trovas.

Segundo a Wikipédia, a definição de ciranda é:

"Ciranda é um tipo de dança e música de Pernambuco. É originada mais precisamente na Ilha de Itamaracá, através das mulheres de pescadores que cantavam e dançavam esperando eles chegarem do mar. Caracteriza-se pela formação de uma grande roda, geralmente nas praias ou praças, onde os integrantes dançam ao som de ritmo lento e repetido."

Lia de Itamaracá, uma ilha ao norte de Recife e Olinda, é a mais famosa cantadora de cirandas. Eu já tive a oportunidade de participar de uma ciranda cantada por ela. Inclusive há uma música de ciranda que menciona o nome dela e foi muito divulgada. Muitas pessoas conhecem esta música criada na década de 60 do século passado. A seguir a letra.

Essa ciranda quem me deu foi Lia
Que mora na Ilha
De Itamaracá

Eu estava sem saber da vida
A manhã perdida
Na beira do mar
Eu estava na beira e não via
Que o mar prometia
Morrer, deslindar

Depois veio aquela menina
E meu corpo queria
Crescer, navegar

Essa manhã de dor, essa alegria
Essa vontade nova em frente ao mar
Essa primeira esperança comovida
De ter de, de ter de atravessar
Essa janela aberta, essa varanda
Essa manhã desesperada e branda

Essa ciranda quem me deu foi Lia
Que mora na ilha
De Itamaracá

Bem, esta é a ciranda real, verdadeira e primordial, primitiva.
Mas existem outras cirandas. Este texto foi motivado por um vídeo a que assisti do poeta Maurício de Oliveira deste RL (Recanto das Letras).

Então, vamos falar um pouco sobre outras cirandas. Lá na publicação de Maurício de Oliveira, ele remete o visitante ao seu canal do youtube, onde fala sobre dois tipos de cirandas: a infantil e a poética.

Vou apenas mencioná-las pois ele já explora bem estas duas formas de ciranda no seu canal do youtube e quem desejar saber sobre elas poderá visitá-lo. Mas há outras formas de ciranda. Todas elas, lembram, de alguma forma, a forma original da mesma já citada acima. Dela todas as outras se originam.

Como mencionei lá na publicação citada do Maurício no RL. Já participei de uma ciranda, que ainda hoje existe, num grupo de WhatsApp, de poetrix. Para incentivar a criação de novos poetrix, um grupo de pessoas se reunem, tal qual na famosa ciranda de roda, e elegem um tema para que todos componham um ou mais poetrix com aquele tema. Não é como a ciranda poética citada por Maurício na sua publicação. Naquela, todos os poemas obrigatoriamente têm a forma de Poetrix. E o tema não é dado pelo assunto de uma determinada poesia. Mas através de uma ou mais palavras, como por exemplo, "Bilhete", "Blecaute", "Aquarelando a vida", etc. Todos então, por determinado período, um dia, dois dias, três dias, etc., comporão poetrix com um desses temas. No caso de "Bilhete", o poetrix deve fazer alguma menção à palavra ou significado de bilhete. A mesma coisa com os demais.

Também acontece a mesma coisa, num grupo de poetas e poetisas trovadores, membros da União Brasileira dos Trovadores - UBT, da Seção Recife, da qual fui o seu primeiro presidente. A exemplo do grupo de poetrix, lá neste grupo, também é eleito um tema a cada semana, e isso já vem acontecendo há quase dois anos, só que, ao invés de poetrix, os participantes compõem trovas com o tema escolhido. Ao final de cada semana, as trovas são publicadas em um blog público. Quem quiser poderá consultá-lo a qualquer momento e até participar da ciranda do momento. Basta clicar no link a seguir.

E existem ainda outras formas de ciranda que para não me alongar muito vou deixar de falar mas que são praticadas aqui neste RL ou em outros grupos literários.

Espero que tenha gostado e que deixe ao final um comentário. Agradeço pela sua leitura.
Alberto Valença Lima
Enviado por Alberto Valença Lima em 27/02/2021
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