Sonhos que se confundem com a realidade são comuns aos poetas. Outro dia estava assistindo a um filme - Pixinguinha, um homem carinhoso, e flagrei-me sonhando...
Em certo momento do longa, faz-se alusão a uma das mais belas músicas do cancioneiro popular – Rosa. Composta em 1917. A princípio não tinha letra, era apenas instrumental. E assim ficou por quase vinte anos. Foi gravada pela primeira vez por Orlando Silva em 1937. Posteriormente, muitos outros a gravaram. Até por Marisa Monte, foi gravada recentemente. Atribui-se a composição da letra a um mecânico que morava no Engenho de Dentro, bairro do Rio de Janeiro. Caso tenha sido mesmo ele o compositor, foi um compositor de uma única música. Uma verdadeira obra-prima. Seu nome? Otávio de Souza. Entretanto, há quem diga que foi composta por Cândido das Neves. Mas isso não é importante.
O fato é que me vi naquela música, recitando aqueles versos para minha amada esposa.
“Tu és, divina e graciosa
Estátua majestosa do amor
Por Deus esculturada
(...)
Da alma da mais linda flor
(...)
Que na vida é preferida pelo beija-flor”
E meu sonho se desdobra e vai se descortinando nos versos que dão vida àquela canção belíssima em ritmo de valsa dolente. E continua...
“Tu és de Deus a soberana flor
Tu és de Deus a criação
(...)
Em vozes tão dolentes como um sonho em flor
* És láctea estrela*
** És mãe da realeza**”
Ela, como era de se esperar se derrete em carinhos nos meus braços, e seus carinhos se tornaram sonho e eu o tornei realidade. Realizando um antigo desejo.
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Nota
Se você quiser, leia este texto pelo site do escritor e ouça a bela melodia.